Em cada temporada da JRNY, tento sempre trazer a toda a comunidade de subscritores novos estímulos de treino, exercícios, metodologias e sensações. Para além disto, cada temporada traz uma jornada musical distinta, para que com o passar do tempo, à medida que revisitamos as playlists, consigamos distinguir cada temporada através da música. A música é o propulsor do meu trabalho para a JRNY. A coreografia nasce da música, e não o contrário.
Eu ouço a música e rapidamente consigo perceber em que tipo de aula faria mais sentido coloca-la, e a partir daí adequo os exercícios para que estes estejam consonantes com a essência da música, e mantenham o seu sentido a nível metodológico do treino. Nos dias de hoje, desde que criei a JRNY, é impossível estar a ouvir música e não pensar em coreografias!
Uma vez escolhidas as músicas e feita a coreografia, a equipa da JRNY reúne-se para discutir o tema da temporada e tudo o que as gravações vão exigir em termos de logística. Com o nosso André Carvalho na Direção de Arte, responsável por toda a cenografia e tema das temporadas, expomos as nossas ideias um ao outro e juntos amadurecemos um tema e a melhor forma de o transmitir. Depois, com o Dylan Lopes (o nosso incrível Videógrafo) e a Filipa Felicíssimo (a nossa linda Designer), debatemos mais ideias que culminam, então, no tema final da temporada.
Cada temporada distingue-se a nível visual e temático. Mantendo por base a essência da JRNY, para que as pessoas olhem e rapidamente associem aquele vídeo, aquela fotografia, à JRNY Fitness.
Na temporada 3, por exemplo, deu-se um salto neste campo. O André conseguiu, com pouco ou nenhum material, fazer um cenário encantador, quente e totalmente alinhado com o que eu pretendia! E por isso mesmo, rapidamente conseguimos já associar os tons laranja, o sol, a luz, à temporada 3.
Temporada 3 – Aula de Amplitude
Temporada 4: Passado, Presente e Futuro
A temporada 4 é aquilo que eu chamo de “visita ao passado e celebração do presente com olhos postos no futuro”.
Temporada 4 – Aula de Força e Foco
Nestes últimos anos temos assistido a diversas mudanças a acontecer no nosso planeta e na nossa sociedade. Várias ideias e crenças começam a ser desmontadas, vários standards e tradições desafiadas. E este é apenas o começo. Há quem diga que estamos numa época de despertar para a mudança e o virar da página. Embora estas mudanças não aconteçam de um momento para o outro, tal como qualquer mudança na História levou o seu tempo para se materializar. No fundo, apercebermo-nos das mudanças na nossa sociedade também passa por olhar para o passado, aprender com este, perceber aquilo que faz sentido trazer, e aquilo que faz sentido ficar. Trazer essas lições para o presente, e começar a construir o futuro.
A Geração Z veio a ensinar-nos muito em alguns aspetos. Seja nas questões de work-life balance, a importância de normalizar a saúde mental como sendo tão importante como a saúde física, quebrarmos padrões de repressão que muitos fomos educados a adotar, até mesmo as músicas que hoje em dia inundam as redes sociais, muitas delas trazendo de volta à vida alguns clássicos que de outra forma se calhar não voltaríamos a ouvir.
Clássicos à parte, outras novas músicas, que nós já batizámos de “músicas de TikTok”, também conquistaram o seu terreno e quer queiramos quer não, estão e estarão presentes nos nossos dias daqui para a frente. Também temos aprendido que standards de beleza, masculino, feminino, perfeição, forma, idade são apenas convenções que têm vindo a ser impostas de uma forma cultural. O quebrar destas questões, e o desmoronamento destas fronteiras tão vincadas entre o preto e o branco, é aquilo que vai realmente empoderar cada pessoa nesta sociedade a perseguir aquilo que realmente deseja e a criar as suas próprias regras, na sua própria verdade.
A temporada 4 traz estes temas á superfície através do visual e da música. As músicas que estão presentes no treino desta temporada fogem do género musical da temporada 3. Sons mais intemporais, modernos, sensuais, alguns clássicos, temas que nos transportam de forma subtil para os anos 80 e outros que nos transportam para o futuro (seja este como for). Por exemplo, “Feeling Good” da Nina Simone e “Put Your Head On My Shoulder” de Paul Anka são clássicos que podemos ouvir nesta temporada, numa versão revisitada que nos irá transportar para outros tempos.
A cor violeta (predominante nesta temporada), está associada à espiritualidade, introspeção, libertação de medos, de crenças limitantes e inquietações. O quebrar dos standards. Abraçar e utilizar sensações e emoções como propulsores de ação/mudança e não como paralisadores. Também é curioso pensar que o roxo é o produto de uma mistura de duas cores, em que uma delas é o azul, a cor base da JRNY, associada á serenidade, harmonia e, para mim, à imensidão do amor, que, no fundo, é o que resume tudo.
Paralelismo entre os anos 80 e a atualidade
Esta temporada, quer seja em algumas escolhas musicais ou no visual, traz-nos algumas influências da década de 80, a década que “abanou a vida de muita gente”.
Na década de 80 vimos o despertar de um movimento cultural a nível global. Deu-se voz a artistas que fizeram nascer músicas que ainda hoje ouvimos e reconhecemos logo de imediato. Foi o nascimento da MTV, a estreia de diversos cantores, do rei e da rainha da cultura Pop que dispensam apresentações. A disseminação de uma mensagem de liberdade de expressão do ser, de paz e reinvenção.
Esta emancipação da arte e do ser serve-nos de lição para os dias de hoje, para não termos receio de nós mesmos desafiarmos e reinventarmos uma vez mais aquilo que foi convencionado como “normal” na nossa sociedade. Esta ascensão que vimos acontecer na década de 80 está a acontecer nos dias de hoje com as gerações mais recentes, apenas em diferentes dimensões.
Não percam a Parte 2 deste artigo! “Por detrás da Temporada 4 – Parte 2: Treino e Coreografia”
